Das melodias subconscientes e dos autoplágios (continuação 2)

Há 7 anos publiquei o primeiro post sobre melodias subconscientes e autoplágios. Três anos depois, publiquei uma continuação do post, com uns casos que tinha acabado esquecendo de citar no primeiro.

Desde o segundo post, escrito já há 4 anos, alguns leitores do blog haviam me enviado uns casos que entendiam que se encaixavam no espírito do post. E eu vinha planejando um novo post sobre esses casos, mas fui deixando de lado com a correria do dia-a-dia. Mas, acabou surgindo um caso novo, que não me deixou adiar mais esse post.

Há uns dois meses soube que Mark Knopfler, o magnífico cantor, compositor e guitarrista criador do dIRE sTRAITS iria lançar uma versão especial de sua música “Going Home”, da trilha sonora do filme Local Hero, com participação dos mais diversos e incríveis guitarristas do mundo e outros músicos, para arrecadar fundos para o Teenage Cancer Trust e o Teen Cancer America, para ajudar no combate ao câncer por essas instituições.

De cara, fiquei maravilhado com a lista de participantes, que incluía Jeff Beck, Eric Clapton, David Gilmour, Joe Satriani, Slash, Pete Townshend, Steve Vai entre muitos outros, incluindo o meu favorito ever, Brian May. E, na bateria, nada menos que Ringo Starr e seu filho Zak Starkey. Não tinha como ser ruim, ainda mais que a música, em si, é uma das músicas mais lindas já compostas nesse universo, na minha opinião. Está na lista daquelas músicas que não precisam de letra para te fazer chorar ao ouvir.

Imediatamente, então, coloquei na minha agenda o dia do lançamento (15 de março) e fiquei ansiosamente aguardando para ouvir essa preciosidade.

Eis que chega o dia 15 de março e lá vou eu ouvir a música assim que ficou disponível. Estava curioso para ir ouvindo as guitarras e tentar identificar os autores de cada melodia. Mas, estranhamente, assim que dei o play, quando ouvi as primeiras notas de guitarra (que agora sei que foram gravadas pelo Jeff Beck), já pensei: “Opa, conheço essa melodia, mas não é da música que eu esperava ouvir…”. Fiquei meio encucado na hora tentando identificar de onde eu conhecia aquela melodia.

Trilhas de filmes

Esse é o trecho:

Reconheceram? Logo depois reconheci que é a melodia de uma outra trilha sonora, muito famosa, cujo vocal, inclusive, foi gravado por uma das minhas cantoras norueguesas favoritas, Sissel:

Não é incrível?

Club 27 x Grease

Em 2019, a Nickelodeon lançou uma série infanto-juvenil em espanhol chamada Club 57, contando a história de uma máquina do tempo (a Franken TV) que permitiu a Eva e seu irmão Rubén viajarem no tempo, para 1957, onde ela se apaixona por JJ, estudante da mesma escola. Eu assisti essa novelinha com meu filho, muito feliz por ela tratar de duas coisas que amo: viagem no tempo e a década de 1950, que curto especialmente pelas músicas.

A música de abertura é muito boa, bem como outras da trilha sonora, como “Ladrona”, que eu adoro. Mas, nessa música, tem um trecho que, tenho certeza, foi totalmente inspirado em (ou copiado de) um filme que também retrata a mesma década de 1950 e que eu também amo: Grease!

Ouçam o trecho de Ladrona:

Agora ouçam o trecho de “Grease Lightning”, da trilha sonora de Grease:

Bem óbvio, não?

Vanusa x Black Sabbath

Um caso interessantíssimo, trazido pelo leitor do blog Marco, é o da brasileira Vanusa e do Black Sabbath. Embora, de cara, imagino que muita gente já pense que a Vanusa poderia ter copiado ou se inspirado no Black Sabbath, fato é que sua música “What to Do”, da Vanusa, foi lançada em 1968, enquanto que “Sabbath Bloody Sabbath”, do Black Sabbath (haja Sabbath juntos :D), foi lançada apenas em 1973.

A semelhança é impressionante. Ouçam “What to Do”, da Vanusa:

Agora ouçam a música do Black Sabbath:

Impressionante, não?

Buck Owens x Skank

Já nosso leitor do blog Habrão Barbosa Fonseca Neto trouxe um caso muito interessante também, de músicas totalmente distintas em termos de proposta uma da outra e com longos anos de distância.

Entre 1966 e 1972, foi ao ar, nos EUA, um programa chamado The Buck Owens Show. Pela distância temporal, diria que não houve nenhuma influência, mas, sim, uma similaridade casual com “Sutilmente”, do Skank, lançada em 2008.

Ouçam a abertura de The Buck Owens show:

E esse é o início da conhecida “Sutilmente”, do Skank:

O que acham?

AC/DC x Titãs

Mais um caso trazido por um leitor do blog, o Fernando, envolve uma música de 1976 e uma lançada em 1989.

A primeira é “Jailbreak”, gravada pelo AC/DC. Ouçam:

Agora, ouçam o comecinho de “Flores”, dos Titãs:

Lembra ou não lembra?

Mike & THe Mechanics x Backstreet Boys

Para finalizar, duas músicas que, na minha cabeça, sempre estiveram ligadas. A primeira, lançada em 1995, é “Over My Shoulder”, do Mike & The Mechanics, música que fez bastante sucesso. Apenas quatro anos depois, o Backstreet Boys lançou um de seus maiores hits, “I Want It That Way”.

Primeiro, a melodia em geral já me soa parecida. Ouçam:

Mike & The Mechanics

Backstreet Boys

Mas, o principal, pra mim, é esse trechinho:

É sério. Pode ser viagem minha, mas, sempre que ouço a música do Mke & The Mechanics, quando cantam “Looking Back”, eu fico com vontade de cantar na sequência: “Ain’t nothing but a heartache”. 😀

That’s all folks!

2 comentários

  1. Fernando · abril 1

    Essa continuação do primeiro post ficou show e certeza que logo logo você vai precisar fazer a 3º continuação hahahahaha

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