Minha mãe e a música

Bom, não era esse o post com o qual pretendia começar o blog, mas acabei de pensar que faz todo o sentido esse post, não só pelo Dia das Mães, mas também porque isso faz parte de mim. Não deixa de ser uma continuação da minha apresentação, de quem eu sou e por que a música é tão importante na minha vida.

Infelizmente, há dois anos, minha mãe foi morar com a sua “mãezinha no céu”, como gostava de dizer. Mas deixou em mim, nos meus irmãos e em todos que a conheceram lições de vida e amor e, também, muita música. Minha mãe foi compositora, com mais de duas mil músicas compostas, grande parte dedicada à igreja e àqueles que ela admirava e queria bem. As músicas sempre eram dedicadas a alguém ou algo. Dentre suas obras, o Hino Oficial do Município de Balbinos, no estado de São Paulo.

Minha mãe tocava piano (onde compunha as músicas), mas também tocava acordeão e violão. Com ela aprendi os primeiros acordes no violão e no piano, e aprendi a curtir ver e ouvir alguém tocando música. Com ela aprendi a gostar e a conhecer os grandes mestres da música clássica e da Ópera: Beethoven (seu ídolo), Mozart, Schubert, Paganini, Strauss, Verdi, Puccini e tantos outros. A gente aprendia de tanto que ela perguntava, sempre que tocava alguma música: “que música é essa?” Era um teste musical non stop 🙂

Quando comecei a me interessar por bateria, foi ela que correu atrás de alguém que pudesse me dar aulas e ver se não era “fogo de palha”. Na adolescência, quando tocava em casa com os amigos (claro, o ensaio sempre é na casa do baterista), nos mimava com vitaminas de frutas, refrigerantes, bolos, doces e salgados. E sempre dizia: “tá lindo” pra tudo que a gente tocava.

Por estranho que pareça, quando, ainda na adolescência, falava pra ela que ia ser músico, ela dizia que eu primeiro tinha que me formar e arranjar uma profissão, e que aí poderia ser músico. Engraçado, porque não considerava que música pudesse ser uma profissão em si.

Certamente, uma das coisas que mais a afetaram e a debilitaram para o final da vida foi quando passou a ter dificuldades para tocar piano. Dava pra perceber que boa parte dela estava se perdendo nisso.

Mas, o momento hoje é de alegria, para lembrar de todo o seu legado, especialmente a nós, privilegiados que foram seus filhos. E por isso, nada melhor que ver e ouvir “Ode à Alegria”, da Nona Sinfonia de Beethoven, a sua obra favorita, do compositor favorito.

Obs.: só não vale sacanear e falar que tem um monte de Kiko na orquestra ou que é a minha família que tá cantando… 😀

Então, Feliz Dia das Mães a todas as mães, de sangue ou de coração!

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