Do sonho de ser músico

Brian RS wood

Essa foto que ilustra o post é do Brian May, guitarrista do Queen, em maio de 1963, com quase 16 anos, segurando em suas mãos o que ainda viria a se tornar sua inigualável Red Special, a guitarra construída por ele com seu pai e finalizada no ano seguinte.

Desde que vi essa foto eu queria escrever sobre ela. Mais do que ser interessante e histórica, essa foto de cara me passou uma sensação única do que é a emoção e o sonho de ser músico. Vejo nela o Brian, adolescente, tocando sua guitarra ainda imaginária e, tenho certeza, ouvindo em sua mente o som perfeito dela, exatamente do jeito que ele queria que ela tivesse, sem ter ainda a ideia de tudo o que ele e ela conquistariam juntos!

E acho esse momento e essa sensação mágicos! Tenho pra mim que o que ele estava sentindo nessa foto é a mesma coisa que eu sentia quando, na minha adolescência, após me apaixonar por bateria querer virar baterista, tinha que me contentar em tocar no ar, na minha bateria imaginária (isso depois de ter passado pela fase de bater e estragar as panelas e tampas de panelas da minha mãe, claro…). Mas tocar na minha bateria imaginária tinha suas grandes vantagens! Na minha imaginação, eu tinha um kit perfeito, com o gongo e os Chinas do Roger Taylor, os octobans e splashes do João Barone, os pads eletrônicos do Paulo “PA” Pagni, o surdo do lado esquerdo da caixa do Larry Mullen. E todos com os sons mais lindos e perfeitos do mundo!

Tirando aqueles casos em que se tem o privilégio de poder de cara gastar dinheiro comprando um instrumento pra “pagar pra ver”, a maior parte das pessoas que se interessam por música e resolvem um dia que querem tocar algum instrumento passa por esse momento do desejo e do sonho de ter seu instrumento. Apesar de a maioria acabar virando músico amador (em vários níveis de habilidade), uma parte vai acabar se tornando músico profissional (independentemente de fazer “sucesso”). Mas, pra mim, o que importa é o prazer que dá tocar um instrumento. Não interessa se você toca em uma banda reconhecida mundialmente, se você toca em uma banda conhecida localmente, se você toca em um barzinho, se toca só para os amigos e familiares ou se você toca pra você mesmo. A sensação de fazer música é mágica e um privilégio.

Então, aproveito para parabenizar a todos os meus amigos músicos e a todos aqueles que curtem música e sabem captar e valorizar sua beleza e sentimento.

P.S.: A evolução

1) Brian ainda em 1963, mas já com sua Red Special pronta (mas ainda com os antigos captadores feitos pelo Brian e com as iniciais BHM na guitarra)

Brian RS pronta

2) Brian com sua mesma Red Special, em 2015, em São Paulo.

Brian Blog

Foto by Kiko Imamura

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1 comentário

  1. Rodrigo Guimarães · julho 8, 2017

    Compartilho do mesmo pensamento.
    Parabéns pelo texto.

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