Músicos que dançam

Como disse na descrição desse blog, meu objetivo aqui sempre foi falar sobre música e sobre como ela toca as pessoas. A música pode fazer a gente se emocionar, querer chorar, pode nos deixar tranquilos, agitados ou, claro, nos deixar com vontade de dançar. E é sobre essa última sensação que escrevo nesse post.

É claro que há danças diversas, relacionadas a ritmos e tipos distintos de música, muitas vezes coreografadas ou padronizadas. Mas, quero falar da dança como expressão corporal espontânea que acontece quando se ouve música. Mais especificamente, quero tratar de músicos que dançam enquanto tocam algum instrumento.

Todo mundo está acostumado a ver vocalistas dançando, tipo Renato Russo, Morrissey, Elvis Presley, Fred Schneider, Kate Pierson, Cindy Wilson e tantos outros, o que é ajudado pela liberdade de não estar preso a nenhum instrumento. No caso dos guitarristas, apesar de terem que tocar seu instrumento, é mais comum vê-los, mesmo que não necessariamente “dançando”, rodando pelos palcos, fazendo acrobacia e se expressando corporalmente, tipo Angus Young, Slash, Alex Kapranos ou The Edge, principalmente na hora de fazer um solo, quando vão para a frente do palco e têm toda a atenção do público.

Mas, é mais raro ver os outros instrumentistas chamando a atenção corporalmente em shows, possivelmente por conta da necessidade de tocarem instrumentos fixos, no caso da bateria e do teclado, ou por, infelizmente, receberem menos destaque nas músicas, no caso dos baixistas (já reparou como os baixistas, normalmente, acabam ficando no cantinho deles?).

Justamente por isso é que curto demais e me dá uma grande alegria quando vejo, em shows, esses músicos se soltando e demonstrando o quanto estão curtindo tocar!

O primeiro exemplo que vou dar é justamente a minha inspiração para escrever esse post. Em 2018 (sim, demorei para escrever esse post…), levei meus filhos para verem o show do Soy Luna, série infantil da Disney Channel filmada e passada na Argentina. Ao longo de toda a série, sempre teve muita música e sempre as ouvi muito por assistir a série com eles.

A primeira coisa que me chamou a atenção no show foi ter uma banda ao vivo, porque achei que apenas cantariam e dançariam sobre playbacks do instrumental das músicas. A outra coisa que me chamou demais a atenção foi justamente a tecladista da banda, que dançava e viajava muito enquanto tocava. Curti muito, principalmente por saber que, nesse caso, ela faz parte apenas da banda de apoio, não é o centro da atenção do show, mas, nem por isso, tocou mecanicamente ou deixou de curtir o que estava fazendo.

Para ter ideia de como, infelizmente, as bandas de apoio são pouco valorizadas, depois desse show eu pesquisei e procurei de todas as formas descobrir quem eram os músicos que formavam a banda de apoio de Soy Luna, especialmente a tecladista. Mas, simplesmente não há informações sobre isso em lugar nenhum. Consegui até contato com uma tecladista compositora de várias músicas de Soy Luna, mas ela não soube dar informações sobre a banda dos shows ao vivo.

Enfim, continuo sem saber o nome dessa tecladista, mas aí vai sua bela curtição em um dos vídeos que fiz do show, da música Allá Voy:

Ainda nos teclados, um outro exemplo parecido que conheço é o da Manu Farenzena, tecladista da queridíssima e saudosíssima banda Wonkavision. Sempre curti muito o jeito dela nos shows, dançando e curtindo as músicas que estão tocando:

No baixo, tenho um exemplo que sempre curti demais, desde a primeira vez que o vi tocando, lá pra 1985, que é o Jamie Stewart, baixista do The Cult. Ele realmente dança de um jeito contagiante enquanto toca, o que não é muito comum em baixistas…

Para finalizar (e com chave de ouro), o baterista é dos mais limitados em relação a mobilidade, não só porque está fixo na bateria (quase sempre no fundo do palco), ainda está com os dois pés e as duas mãos ocupadas. Ainda assim, há aqueles que conseguem superar essa barreira e dar um show de dança. Há muito tempo já conheço um vídeo que sempre achei divertidíssimo de um baterista tocando “My Way” em um jantar. Apesar da música e do clima calminhos, o baterista está extremamente animado!

Mas eu sempre vi esse vídeo meio como que uma palhaçada momentânea e nunca levei muito a sério. Até que descobri essa semana que esse baterista é assim mesmo, que sempre tocou animado desse jeito e, inclusive, tem um documentário feito sobre ele no Canadá, onde mora agora. Essa peça se chama Kwon Soon-Keun, é sul-coreano e o nome do documentário, que infelizmente ainda não consegui ver, de 2010, se chama “A Drummer’s Passion”.

Para comprovar, aí vai mais uma apresentação dele na bateria, dessa vez novinho ainda, de cabelo preto, mas tocando com a mesma animação 😀

Enfim, se ouvir boa música sendo tocada ao vivo já é bom, tudo fica melhor ainda quando você vê que o músico também está curtindo tocar! E, como já prometi pra mim mesmo, um dia, se Deus quiser, vou tocar como o Kwon Soon-Keun em algum show ao vivo!

1 comentário

  1. naka · abril 1, 2021

    Caramba Kiko não sabia que os dois bateristas eram o mesmo cara… Bom saber!

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