Os Paralamas do Sucesso, por Jamari França

Terminei de ler a biografia dos Paralamas do Sucesso, de subtítulo “Vamo Batê Lata”, escrita pelo Jamari França. O livro já é antigo, lançado em 2003 pela Editora 34, mas acabei só achando sem querer esse livro no final do ano passado, quando fui trocar um presente que ganhei de amigo secreto (pra variar, um livro do Queen, que eu já tinha :D).

O único defeito do livro é justamente ser antigo, não tendo a história pós-2002. Fora isso, o livro é uma obra prima. Que me lembre, foi a melhor biografia musical que já li. E olha que já li muitas (só de Queen acho que já foram mais de 10 :D). O Jamari consegue escrever de um jeito informal, gostoso de ler, mas sem perder o conteúdo e, principalmente, sem deixar de fazer todas as devidas referências às fontes das informações, coisa que mais sinto falta nas biografias que leio.

Além de todas as histórias interessantíssimas das vidas por trás da banda, o Jamari faz uma análise criteriosa, técnica e profunda de cada música de cada disco lançado, falando dos músicos que participaram das gravações, os instrumentos utilizados, sem falar na análise das letras.

Dessas histórias, me tocou especialmente a história contada no livro sobre a música Tendo a Lua, do Paralamas. Como conta o Jamari, o Herbert Vianna compôs essa música depois que sua mulher, Lucy, juntou num saco várias coisas velhas para ele ver o que queria guardar e o que jogaria fora. No meio das coisas, Herbert encontrou vários bilhetes escritos por Tetê Tillett, ex-namorada dele e do João Barone, que ele juntou e complementou a letra contando a própria história do que estava acontecendo:

“Eu hoje joguei tanta coisa fora
Eu vi o meu passado passar por mim
Cartas e fotografias gente que foi embora
A casa fica bem melhor assim.”

Esse é só um exemplo, que o Jamari mostra muito bem no livro, das histórias que o Herbert colocava em forma de música e poesia. Sempre fui fã demais do Paralamas, em especial da bateria do João Barone, pra mim, dos melhores bateristas do país. Mas fiquei ainda mais fã do Herbert, que se percebe um cara íntegro, consciente socialmente, e com uma visão profissional excepcional, não se prendendo ao passado, mas arriscando e buscando novos sons e experiências.

Claro que não conheço o Herbert, mas lembro com muito carinho de uma vez que encontrei  os Paralamas no aeroporto Santos Dumont, principalmente por ter ficado um tempo conversando com o Herbert sobre filhos. Eu tinha acabado de ler uma reportagem falando como ele tinha ajudado a Lucy a dar a luz ao filho e eu estava quase para ser pai pela primeira vez. Falei com ele sobre a reportagem e ele me contou da emoção do nascimento dos filhos, como tinha sido. Quando pedi pra tirar uma foto com ele, ele me deu uma puxada super carinhosa com o braço e fez essa foto sair mais que especial:

Herbert

Pra quem é fã dos Paralamas, ler a biografia vai te fazer mais fã ainda da banda. Mas mesmo pra quem nem é tão fã, mas gosta de música, vale a leitura, principalmente pela capacidade impressionante do Jamari França de saber escrever bem.

1 comentário

  1. Ricardo Herdy · junho 12, 2016

    Muito bom, Kiko; deu vontade de ler e reviver toda a história dos Paralamas. Eu também fui muito fã da banda, principalmente no início, que eu chamada de a banda “The Police” brasileira. Deu uma nostalgia aqui lendo teu post.

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